Resenha de show: Neurótikas Fest IV, 19 de agosto de 2012

É algo meio surpreendente, mas este evento, marcando o aniversário do coletivo anarquista/feminista Neurótikas, foi a primeira vez que eu fui no Studio Noise Terror, espaço em São Paulo que já tem um belo de um histórico e uma reputação como casa para sons da cena underground paulistana (mais especificamente, a cena punk/hardcore), e embora por um lado o o lugar bata muito bem com o esperado de uma casa de shows underground, por outro deixa um pouco a desejar no quesito tamanho; o local realmente é bastante apertado para uma casa tão conhecida e com número tão grande de frequentadores. Mas vamos às bandas.

Discrepante
A primeira banda a nos agraciar com sua presença foi o Discrepante, com um crust/thrash bem pesado e rápido, com resposta à altura da platéia. A mesma platéia pareceu esfriar um pouco com a entrada da segunda banda, o Autogestão. Talvez seja devido a uma mudança tão brusca de estilo, de um crust brutal para um punk rock mais tradicional, a la Ramones; mas não foi preciso esperar muito para que o público novamente se aquecesse e entrasse no clima da banda.
Autogestão
Subexistência
Após o Autogestão, tivemos os veteranos do Subexistência, gradualmente adicionando um sabor mais agressivo ao clima punk rock que já se instalara no público, obtendo uma maior interação com o pessoal e fazendo uma ponte musicalmente mais do que adequada com a quarta banda, o Anti Corpos, formado predominantemente por garotas (mais do que adequado para o aniversário de um coletivo feminista) que levava um som bem influenciado pelo hardcore straight edge dos anos 90, mas que infelizmente foi bem prejudicada pelo som do local, que realmente não colaborou. As duas guitarras simplesmente desapareceram no meio do som e o microfone da vocalista aparentemente decidiu tirar férias (o pessoal do Subexistência também teve um pouco de problemas com o microfone, mas eles ainda conseguiram ser ouvidos), deixando-a na mão. Mas apesar disso, a resposta do público foi surpreendentemente boa.
Anti Corpos
Enfim, foi um bom evento, se não pela estrutura, pelo fato de ver que as bandas estavam de fato felizes e dispostas em estar lá e fazer o seu melhor e provar mais uma vez que o underground é feito de ser mais forte do que as dificuldades no meio do caminho.
Fotos do evento: retiradas do perfil do Subexistência no Facebook.

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