Resenha de Show: Eclipse Doom Fest V

Finalmente algo que eu estava esperando por um longo tempo! Um festival de doom metal aqui em minha cidade!
Trata-se do festival mais tradicional do gênero no Brasil, que até sua edição anterior era realizado no Rio Grande do Sul (e no qual, para a vergonha da maior cidade do país, não costumavam ir pessoas de São Paulo). Nesta sua 5ª edição, tivemos a participação de O Mito da Caverna, de São Paulo-SP, Mortarium, de Rio de Janeiro-RJ e HellLight, de São Paulo-SP. Estava agendada ainda a participação do Les Memoires Fall, de São José dos Campos-SP, mas infelizmente motivos de saúde impediram mais esse reforço.
O Mito da Caverna, tão mítico quanto possível.
O som começou com pouco atraso, às 19 horas, com O Mito da Caverna destilando um sludgecore perturbador e perturbado, com nítidas influências de Khanate e Sunn O))), bem como uma bateria nitidamente influenciada pelo grindcore/crust clássico de nomes como Nausea e Terrorizer... Só que a um décimo da velocidade normal! Não à toa, a banda define seu estilo como "grindcore morto". Infelizmente o som dos caras foi um tanto prejudicado, pois as bases de baixo e guitarra estavam praticamente inaudíveis, restando apenas o vocal monstruoso, a bateria e a guitarra encarregada de ruídos e microfonias.
Mortarium (foto do Facebook da banda)
Após um breve intervalo, tivemos a presença das cariocas do Mortarium. Um death/doom com influências góticas ao molde de bandas como Evereve ou The Gathering, com alternância entre vocais femininos limpos e guturais. A banda infelizmente sofreu um pouco com o fato de suas músicas serem arranjadas para duas guitarras e elas estarem meio desfalcadas na ocasião, contando com apenas uma guitarrista na formação. De fato, dava para perceber que as garotas pareciam um pouco inibidas no começo da apresentação, provavelmente algo relacionado justamente com essa inadequação de condições. Mas conseguiram levar seu som de maneira digna e competente.
As vibrações do doom no som do HellLight.
Para encerrar a noite, tivemos os paulistanos do HellLight, a banda mais experiente e conhecida desta edição do evento. Os caras mandaram ver muito bem com seu funeral doom repleto de influências do doom metal tradicional, em específico o timbre dos vocais limpos, que ainda impressionam por sua potência. De fato, arrisco dizer que o microfone talvez tenha sido desnecessário. Além dos vocais, deve-se um destaque ao trabalho do baixista da banda, que mostrou da forma mais clara COMO um baixista deve trabalhar para manter o som da banda cheio. De fato, o grave do baixo chegava a cobrir a guitarra, mas de maneira ainda harmônica e agradável. É bom ver que a banda vem colhendo os resultados da experiência em variados palcos com aparalhagens de qualidade variante.
Por fim, um excelente evento, do tipo em que sentimos o underground vivo e tornamos concretos os contatos que até então eram apenas nomes em uma tela. Parabéns para as bandas, para o público, e que tenhamos muito mais eventos voltados a esse gênero que anda tão esquecido em nosso país.

Comentários

  1. O evento era realizado em Joinville - SC e em suas primeiras edições iam algumas pessoas de São Paulo, pouquíssimas, mas foram! ;D

    Mas foi ótima a resenha, é bom saber que o cenário Doom nacional esteja tão vivo. ;D

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