Resenha: Saxon - Thunderbolt

Quando uma banda antiga lança um novo álbum, ela se vê sujeita a um risco duplo: pode, por um lado, começar a se repetir (em casos extremos, se tornando uma paródia de si mesma) ou, por outro lado, em um afã por demonstrar criatividade e se manter relevante, criar um material que não seja em nada condizente com seu histórico pregresso. Sinceramente, a primeira opção era o que eu aguardava de um novo lançamento do Saxon depois do "Classics Re-recorded", do ano passado, que deixou muito a desejar em termos de capturar o vigor dos clássicos. Esse medo era reforçado, ainda, pela recorrência de discos ao vivo nos últimos anos. Pois bem, poucas vezes eu me senti tão feliz em estar redondamente enganado.
O que vemos aqui neste "Thunderbolt" é uma mescla bem saudável das variadas facetas dos veteranos britânicos, indo desde a pegada heroica da faixa-título, passando pelo quase doom metal de Nosferatu (The Vampires Waltz), até algo mais agressivo em Predator, com Biff Byford dividindo os vocais com Johan Hegg do Amon Amarth. Claro que também é inevitável mencionar They Played Rock and Roll, uma homenagem ao Motorhead e ao folclórico Lemmy Kilmister, que evita soar forçada ou piegas, pelo contrário, uma vez que o Saxon é um dos contemporâneos do Motorhead que permanece na ativa e até mesmo adota, nesse som, uma variação do instrumental inspirada no estilo típico da banda de Lemmy.
Em última análise, temos aqui um material plenamente fiel às suas raízes de heavy metal tradicional, mas que foge da armadilha de soar requentado, em vez disso, preferindo fazer bom uso de uma produção caprichada, instrumental preciso e incorporação de influências diversas sem destoarem do fio condutor central.

Comentários