A cada nova resenha que faço, fico impressionado com a quantidade de ideias, influências e interfaces entre elas sendo executadas no underground podem ser acessadas facilmente hoje em dia. E acaba sendo inevitável pensar em quantas bandas devem ter existido e acabado fazendo interfaces igualmente impressionantes, porém sem terem tido a oportunidade de conseguir tanta relevância quanto é possível conseguir hoje em dia. Mas isso é assunto para outra hora. No momento, vou me concentrar em escrever sobre um exemplo atual dessas conexões de influências em bandas pequenas e pouco ouvidas. Trata-se do Vox Ígnea, com o EP "Em Chamas". A banda apresenta neste EP uma mistura certeira de hard rock setentista com heavy tradicional, com referências claras a Iron Maiden (como na faixa Erupção, que abre o play), Anvil (presentes no riff principal de Infernal, que remete ao clássico Metal on Metal da band canadense) e um clima que lembra, de modo geral, o Girlschool, clima esse que sem dúvida deve muito à vocalista Raquel, com um vocal ao mesmo tempo firme e multifacetado, transitando entre o estilo "motoqueira bêbada" e o estilo "coração partido", usado na balada que fecha o EP, Imersa.
Um EP bem despretensioso, que talvez até mostre mais do que a banda acha que tinha para mostrar.
É pra isso que eu pago internet.
Álbum no Spotify: https://open.spotify.com/album/68OwzcHooUgFY2NBu0rhRu
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