Resenha: Deicide - Overtures of Blasphemy

Não é novidade para ninguém que o Deicide é muito mais conhecido pelas polêmicas que seu líder, Glen Benton, criou ao redor de sua figura lá pelos anos 90 do que pela música, propriamente. Isso às vezes faz a gente esquecer a qualidade do death metal de que o quarteto é capaz, como demonstrado em álbuns como o debut auto-intitulado, o Once Upon the Cross e em Serpents of the Light, álbuns da primeira fase da banda, quando as guitarras estavam sob responsabilidade dos irmãos Hoffmann. Pois bem, em seus últimos álbuns, desde a saída dos irmãos Hoffmann, parecia que os veteranos originais, Benton e o baterista Steve Asheim, também haviam esquecido da qualidade da banda como máquina de fazer death metal, com mudanças de formação constantes e uma série de álbuns de qualidade abaixo do padrão que eles mesmos haviam exibido e que serviu para moldar toda uma geração do death metal. De fato, na minha opinião pessoal, os únicos quatro álbuns do Deicide que mereciam alguma atenção eram os acima mencionados. Mas pelo visto, agora o jogo FINALMENTE mudou.
Aqui em Overtures of Blasphemy, temos a banda soando coesa, algo notável se considerarmos que é o primeiro trabalho com o novato Mark English dividindo as guitarras com David Quirion, que já está na banda faz quase 10 anos.
Temos aqui um bom trabalho de guitarras harmônicas que não chegam a ficar melódicas, Benton com o seu vocal em ótima forma como não me lembro de ter ouvido em um bom tempo e uma seção rítmica bem sólida. Realmente é um álbum bom de ouvir, chega a ser surpreendente ouvir o Deicide apostando um pouco em uma abordagem variada ao seu som, finalmente entendendo que manter sua identidade não tem nada a ver como se tornar uma banda repetitiva que sempre faz o mesmo disco.

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