Resenha: Orphaned Land - Unsung Prophets and Dead Messiahs

Respeito muito o Orphaned Land por sempre ter se mantido firme nessa proposta e propagado a ideia da união entre as crenças de origem abraâmica. Em um momento em que a tônica do discurso nas relações internacionais têm sido cada vez mais pautada pelo ódio, refresca um pouco nossas esperanças ouvir uma banda vinda de um dos lados do mundo mais chacoalhados por conflitos promovendo de forma sincera, não panfletária, um discurso que segue na contramão dessa tendência. E com música de altíssima qualidade, ainda por cima, claro. Por isso, depois de reconhecer essas qualidades da banda, vamos para a música propriamente dita: neste álbum, o Orphaned Land consolida uma tendência relativamente comum entre algumas das bandas de doom/death metal de lá dos anos 90: a de gradualmente o estilo se converter em alguma variação de prog metal (não tenho certeza, mas tenho suspeita de que essa tendência seja um reflexo do surgimento do Opeth, mas isso é assunto para outra hora). Se naquele período o Orphaned Land já se apresentava como uma banda sui generis, mesclando death metal e doom metal a instrumentos e estilos musicais típicos do Oriente Médio; hoje, esses elementos não mais apenas são algo para dar um toque pessoal ao estilo da banda, mas sim o ponto de partida a partir do qual estes israelenses misturam elementos como passagens de bateria hardcore, coros envolventes e um conteúdo lírico a um só tempo emocionante e politicamente engajado, de natureza pacifista.

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