Resenha: Cólera - Acorde, Acorde, Acorde

Quando morre um dos membros fundadores de uma banda já consolidada de longa data, o álbum seguinte tende a ser polêmico. Se o tal membro fundador ainda por cima é o vocalista, muito provavelmente nem existirá o próximo álbum. Aí estão Nevermore e Dark Avenger como exemplos recentes que não me deixam mentir.
Tendo tudo isso em mente, confesso que não cheguei a este novo álbum do Cólera com expectativas lá muito boas. Mas não é que me surpreendi aqui? Nas 13 faixas aqui apresentadas, Wendel Barros se mostra perfeitamente à altura do legado de Redson Pozzi, sem arriscar firulas para tentar "mostrar serviço", mantendo apenas uma interpretação simples e sincera que casa com o estilo da banda sem causar estranhamentos.
Chama bastante a atenção o uso de intervenções com instrumentos de sopro, usados generosamente, mas novamente, sem descaracterizar a banda. Percehe-se claramente a intenção de prosseguir com a banda como organismo vivo e em evolução, não uma mera sombra dos velhos tempos. É um álbum extremamente recomendado para fãs das antigas e para novatos que queiram uma porta de entrada para o legado de uma das mais antigas bandas punk brasileiras.
Agora, se você adota o estereótipo do punk chatão, nem perca tempo.

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