Resenha: As Dramatic Homage - Consternation

Para se manter relevante no século XXI é necessário ter uma noção da forma como os meios de comunicação funcionam nessa época. E uma das características da comunicação nestes dias é sua velocidade e capacidade de disponibilizar informação praticamente a qualquer momento, capacidade essa que é melhor aproveitada na forma de um fluxo constante de informações de pequeno volume, como vemos por exemplo, no paradigma de comunicação por trás do Twitter e dos vídeos de influenciadores digitais no YouTube.
Tendo tudo em mente, é agradável ver bandas de metal entendendo essa metodologia (de modo intuitivo, talvez, não sei) e aplicando-a na divulgação de suas bandas. É o que o As Dramatic Homage faz aqui, lançando um single que literalmente faz jus ao termo, com apenas uma música, de 4 minutos, que apresenta uma dose de informação musical substancial, mas o faz no formato de pequenas fatias adequadas para o consumo do dia-a-dia acelerado do século XXI.

Olhando o todo, vemos naquilo que poderia ser chamado de plano da forma, uma noção bem sólida de pragmatismo e imediatismo, com a apresentação de uma única música curta, em formato digital (dispensando assim o suporte físico), que é reforçada ao avaliar o que pode ser chamado de campo da expressão, ou a musicalidade propriamente dita, que se apresenta como um doom progressivo com saudável semelhança com o Mar de Grises chileno, que em meros 4 minutos mergulha em uma introspecção reforçada pelo uso de teclados com uma característica mais etérea, basicamente compondo um contraponto ao pragmatismo encontrado no plano da forma.

Há bastante significado nesta pequena obra, que me agrada muito e espero ver outras bandas com esta noção, capazes de se libertar de conceitos hoje antiquados, como o da necessidade de álbuns completos para expressar ideias musicais.

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